segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Facebook e Twitter de fora do apagão na Internet

O Facebook e o Twitter decidiram não se juntar ao "apagão" contra as propostas de revisão da legislação norte-americana anti-pirataria.
Aqueles que aderiram ao protesto não conseguiram a adesão das duas maiores redes sociais. O Google e a Wikipedia são algumas das empresas que estão hoje em protesto, contra duas propostas de lei anti-pirataria em discussão nos Estados Unidos.

"Fechar um serviço mundial por causa de uma lei local é um disparate", disse Dick Costolo, CEO do Twitter, citado pelo "Huffingtonpost".

No Facebook foi criado um evento que tem como titulo "Stop Internet Censorship by Protesting SOPA" que que convida os membros do serviço a criar álbuns de imagens censuradas e até agora tem mais de 43 mil membros que asseguram que vão participar.

Foram vários os sites que se juntaram ao protesto, desde o Wikipedia, ao Huffingtonpost, passando pela Wired que taparam a sua história principal ou bloquearam mesmo a sua página. O Google não bloqueou a sua página, mas colocou um link que dá acesso à petição contra a SOPA. Já a Wikipedia em inglês está bloqueada, já em português deixa entrar, mas alerta "A Wikipedia precisa que a Internet permaneça livre".

"Esta situação demonstra que enquanto algumas das empresas de tecnologia estão preocupadas com a legislação, (as duas propostas "Stop Online Piracy Act" e o "Protect IP Act"), outras não quiseram sacrifcar um dia de trabalho e de receitas", noticiou a "Reuters".

Segundo o "New York Times", as duas propostas de lei, o SOPA, na Câmara dos Representantes, e o PIPA, noSenado, são apoiadas pelos grandes grupos de media e pretende travar os "downloads" ilegais e o "streaming" de vídeos e de canais de televisão. Mas a indústria tecnológica teme que estes grupos fiquem com poder para encerrar "sites" alegando que estão a abusar dos direitos de autores.

De acordo com a proposta legislativa, se um detentor dos direitos de autor, como a Warner Brothers, descobre que um site está a oferecer cópias ilegais de uma música ou de um filme, esse autor pode pedir em Tribunal que os motores de busca, como o Google, removam o link a esses sites e obrigar que se retire a publicidade desses mesmos sites. As companhias de Internet temem, por isso, e dada a amplitude da definição do termo "motor de pesquisa" que sites grandes e pequenos possam ter de monitorizar todo o material nas suas páginas, procurando alegadas violações. Uma tarefa complexa e dispendiosa.

Em contraponto, os defensores das propostas alegam que nada é demais para proteger os direitos de autor.

E os protestos não se cingiram aos EUA, no Brasil mais de 300 sites uniram-se para protestar contra a possível aprovação dos projetos de lei SOPA e PIPA. Sites como do cantor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e da Creative Commons Brasil, aderiram ao protesto global contra os projetos de lei, noticiou o "Estadão".

Em meados de Dezembro, vários grupos como Ebay, Facebook, Google, Twitter, Yahoo! e a Wikipedia, publicaram uma carta aberta para manifestarem a sua preocupação relativamente a estas duas propostas.

Segundo estas empresas, as propostas "dariam ao governo americano o poder de censurar a Internet e utilizar procedimentos similares a aqueles empregados na China, Malásia ou Irão", relatou a AFP.

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