Que o jovem é o futuro da nação todos eles já sabem disso, mas o
interesse sobre a política brasileira entre os jovens de 14 até 18 anos vem
caindo a cada dia.
Para tentar chamar atenção dos jovens as agremiações políticas
investem nas redes sociais e em acampamentos para atrair esse filão que está
cada vez mais descontente com a política e os políticos brasileiros.
Apesar do crescimento geral das pessoas com título eleitoral no
País, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), houve uma
redução de quase 7% do volume de eleitores jovens, na faixa entre 16 e 17 anos,
em que o voto é facultativo. Em 2008, havia 2,9 milhões de eleitores neste
grupo e hoje são 2,4 milhões.
No geral, em 2010 foram 135.804.433 os brasileiros com direito a
escolher seus representantes, um crescimento de 8,5% em relação ao eleitorado
do pleito de 2006 – quando os eleitores eram quase 126 milhões.
Para saber como está o interesse dos jovens pela política
brasileira a reportagem do do site Midiamax conversou com
alunos de duas escolas de Ensino Médio, em Campo Grande, sendo uma particular e
a outra estadual.
Dos adolescentes entrevistados a maioria, 50%, não gosta de
política e associa o tema a corrupção. Já 20% dos adolescentes gostam do tema e
procuraram discutir o assunto com seus pais. Dos entrevistados, 30% sabiam quem
era o prefeito e o governador, mas só sabiam porque assistiram uma reportagem
que falavam deles.
O adolescente Henrique Dias do Nascimento, 17 anos, disse que
gosta de política, saber os bastidores e que acontece nesse campo. “Meu
pai sempre lê os jornais de política ai eu acabo lendo com ele e comentamos os
assunto. Eu gosto de saber o que acontece nesse mundo”, explica.
Já a adolescente Mayara Suellen , 15 anos, diz que não gosta de
política e prefere ler sobre outros assuntos. “Eu não gosto e nem me interessa
saber sobre os políticos. Sempre que acessamos os sites vemos que os políticos
são corruptos e estão se dando bem às nossas custas. Prefiro ler sobre
cultura, cinema qualquer coisa, menos política”, justifica.
A jovem Regina Motta Sampaio, 16 anos, já tem uma opinião formada
sobre partidos políticos e sua função como cidadã.
“Eu leio e procuro saber o que eles estão fazendo. Tirei meu
título no ano passado para votar e sempre que posso estou lendo sobre os
políticos que eu votei. Se eu não prestar atenção no que eles estão fazendo com
o meu dinheiro, quem vai fazer isso? Eu sei que eu não posso fazer nada, mas pelo
menos eu posso me revoltar e saber falar quando eles vierem pedir meu voto nas
próximas eleições”, justifica.
Redes Sociais
Para tentar fazer com que os jovens e adolescentes se interessem
mais pelos partidos os políticos e pela política em geral, as siglas investem
nas redes sociais.
Os partidos arquirivais PT e PSDB apostam nesse filão e
fortalecem suas alas jovens fazendo campanhas e reuniões em universidades.
O secretário estadual da Juventude do PT, Taylor Fuchf, explica
que o Partido dos Trabalhadores investe nas redes sociais, internet, blogs para
angariar jovens para o partido.
Ele comenta que para tentar chamar a atenção dos jovens para
a política a sigla promove cursos de formação e explica um pouco sobre a
importância do jovem na política. "Um grande problema
que enfrentamos é fazer com que os jovens tenham interesse na política.
Mas nós tentamos mostrar com a história a importância dos jovens na política
com os fatos da década de 60 [ditadura militar] e 90 [impeachment do Collor] onde
os jovens saíram na rua”, argumenta.
Fuchf comenta que o PT atualmente conta com 12 mil filiados jovens
em Mato Grosso do Sul, sendo que dois mil são de Campo Grande.
Ele explica que o primeiro contato que os jovens têm com os
partidos é pela internet. “ Muitos jovens entram na nossa página e muitas vezes
encontram meu telefone e me ligam para saber mais sobre a ala jovem do PT”,
finaliza.
Já o secretário geral da juventude do PSDB, Anderson Ribeiro,
também acredita que as redes sociais são o caminho mais fácil de estimular os
jovens a se interessar por política, mas o sistema adotado pelos PSDB jovem é
mais direto e corpo-a-corpo.
Ele explica que o PSDB jovem promove cursos de formação política e
tentar mostra a importância do jovem na política brasileira. “Nós promovemos
palestras em universidades, levantamos a discussão sobre a política. Temos de
fazer a politização e com isso mostramos o PSDB. A ideologia do partido e como
funciona e tentamos provocar o interesse dos jovens para a política ”,
argumenta.
Ribeiro informa que pelo menos cinco mil jovens são filiados
ao PSDB. “O nosso sistema de chamar a atenção dos jovens para a política e o
corpo a corpo. Falamos direto com os jovens dentro de escolas, universidades”,
comenta.
Ele argumenta que uma forma que o PSDB jovem encontrou para
estimular os jovens a participar da política foi quando promoveram um
acampamento da juventude tucana.
“Nós fizemos esse acampamento contando só com 250 jovens e a
repercussão foi tão boa que cerca de 700 jovens participaram dos dois dias de
eventos. Lá fizemos cursos de formação politica, laboratórios, jogos
recreativos foi muito produtivo”, finaliza.
Eleitores jovens
Para os eleitores maiores de 16 anos e menores de 18, o voto é
facultativo, mas, alguns jovens, além de tirar o Título de Eleitor para
participar das eleições, se filiaram a partidos políticos. Dos sete partidos
com maior número de filiações, o PT registrou mais eleitores filiados nessa
faixa etária.
Ao todo, são 632 em todo o Brasil. Em seguida, o PMDB registrou
545 filiados jovens, e o PSDB, 453.
O número de filiados foi atualizado depois que os partidos
políticos entregaram à Justiça Eleitoral a relação de nomes de seus filiados
contendo também o número do título de eleitor e a seção eleitoral em que cada
um está inscrito.
A Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995) determina que
cada partido entregue essa lista atualizada até a segunda semana de abril e
outubro de cada ano.
Fonte: Midimax