terça-feira, 13 de setembro de 2011

Redes Sociais, Crianças e Jovens


As redes sociais, são um dos principais destinos dos utilizadores de Internet. São o tipo de sites com maior número de utilizadores regulares, maior número de visualizações e onde se despende mais tempo. As redes sociais são um fenómeno de popularidade entre os utilizadores de Internet. E as crianças e jovens não são exceção.

Apesar da generalidade das redes sociais estipular os 13 anos como idade mínima para a sua utilização, esta restrição revela-se na prática pouco eficaz. De facto, segundo o projeto EuKidsOnline (1), 38% das crianças portuguesas entre os 9 e os 12 anos de idade e 78% dos jovens portugueses entre os 13 e os 16 anos, têm um perfil numa rede social. Igualmente ineficaz parece ser a regulação parental, já que 31% dos pais das crianças e jovens portuguesas (9 aos 16 anos), não os autoriza a ter um perfil numa rede social.


Entre as redes sociais usadas por estes jovens, o Facebook domina claramente. 51% das crianças e jovens entre os 9 e os 16 anos refere usar esta rede e 49% refere usar outra rede. E 24% têm o seu perfil no Facebook configurado como público. No caso das crianças dos 9 aos 12 anos, este valor chega aos 29%. Considerando três potenciais indicadores de risco, 27% das crianças e jovens portugueses entre os 9 e os 16 anos têm mais de 100 contactos na sua lista de amigos; 28% teve contactos com pessoas que conheceram na Internet e com as quais não têm outra ligação; 6% revela o número de telefone ou a morada nos seus perfis e 8% revela o nome da escola.


Perante estes dados, geralmente perguntam-me quais os benefícios das redes sociais para as crianças e jovens e quais os riscos a que podem estar expostos. Considero que as redes sociais não trazem benefícios ou oportunidades novas, tal como também não trazem riscos novos. De igual modo, não exigem novas abordagens no domínio da segurança. O que as redes sociais trazem de novo é a concentração de benefícios ou oportunidades num único local, o mesmo acontecendo com os riscos.


Concentrando num único local uma grande diversidade de serviços no domínio dos media sociais, dos blogues e serviços de conversação até aos jogos, passando pela partilha de fotos, sons e vídeos, as redes sociais facilitam a produção de conteúdos, os contactos e podem ser um paraíso para o lazer e entretenimento.


Ao nível dos riscos, acontece o mesmo. Concentrando num único local um elevado número de utilizadores, serviços e funcionalidades, concentram igualmente as principais categorias de riscos. Aquilo a que chamo os 5 Cês: Conteúdos, Contactos, Comércio, Comportamentos/Condutas, Copyright (direitos de autor) e que desenvolvo mais em detalhe no artigo “Ameaças à Segurança Online de Crianças e Jovens(2)”.
Ao nível das soluções, as redes sociais também não exigem abordagens novas. A este nível, defendo que uma estratégia de segurança infantil ou juvenil no domínio das TIC é como uma cadeira. Isto é, deve ter quatro pernas. Se tiver três, é um banco. Dá para nos sentarmos, mas quanto mais jovem for a criança, menos segura se torna. Com menos de três pernas, dificilmente se aguenta de pé. Na segurança de crianças e jovens na Internet, as quatro pernas da cadeira corres-pondem a quatro pilares que equivalem à adoção de quatro tipo de abordagens: Abordagem Legal ou Regulamentar; Abordagem Parental; Abordagem Educacional; Abordagem Tecnológica. Estes são os tópicos que desenvolvo mais em pormenor no artigo “Segurança Rodoviária & Segurança Internet”.
No entanto, dada a sua particularidade, no sentido de minimizar os fatores de risco acima referidos, importa tirar partidos das funcionalidades disponibilizadas pelas redes sociais, nomeadamente ao nível das configurações de privacidade e da criação de listas de amigos.
Por fim, importa conhecer as diferenças entre as redes sociais tradicionais e as redes sociais virtuais. A este nível recomendo a leitura do artigo “7 Aspetos a Considerar na Sua Vida Online”, tema que desenvolvo em ações de sensibilização para pais, encarregados de educação, alunos, professores e educadores, um pouco por todo o país.

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