quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A força das redes sociais

Você, certamente, já ouviu falar em Orkut, MySpace, Flickr, YouTube, Tumblr, Facebook, Twitter. É provável que até possua perfil em algum deles. Sabemos que as redes sociais foram criadas como uma forma de aproximar pessoas mesmo distantes geograficamente e de favorecer a divulgação de ideias e projetos. O que ninguém imaginava, no entanto, era que elas assumiriam outros papéis além da congregação virtual. Em vez de se limitar ao mero compartilhamento de vídeos, mensagens, fotos, notícias ou simples percepções sobre a vida, as redes sociais se constituíram ferramentas de transformação política.

Eu explico melhor. Basta nos recordarmos das recentes notícias vindas do Egito, da Tunísia e da Líbia sobre a articulação de movimentos populares locais para a derrubada de governos violadores de direitos humanos e de como as redes sociais tiveram papel fundamental na divulgação dos acontecimentos e na organização das manifestações. Cabe ressaltar as duras ordens dos ex-presidentes Mubarak, do Egito, e Khadafi, da Líbia, para cancelar o acesso da população às redes sociais com o objetivo de bloquear a comunicação entre os manifestantes ao perceberem que a internet estaria ajudando a divulgar, de forma muito rápida, as ideias revolucionárias. Como sabemos, no entanto, os revoltosos conseguiram meios de continuarem usando as redes sociais para marcar pontos de encontro e convocar pessoas para novos protestos.

Outro exemplo é de como o movimento “Ocupar Wall Street” iniciado no epicentro do capitalismo financeiro e difundido pelo mundo ganhou maior destaque a partir das mensagens de apoio vindas da internet dos inúmeros simpatizantes solidários com a causa dos manifestantes empenhados nos protestos contra a ganância das corporações capitalistas e as desigualdades sociais.

Vale lembrar também como as notícias veiculadas pela rede reacenderam a esperança na vitalidade do protagonismo dos jovens (numericamente os maiores usuários das redes sociais) que, mais próximos, e por que não dizer conectados, conseguem se engajar mais facilmente em causas coletivas como campanhas ambientais, luta contra corrupção, entre outros. Cito, nesse caso, a iniciativa Primavera da Saúde propagada amplamente pelo Twitter, Facebook, YouTube e blogs e que reivindica mais recursos para o SUS além da regulamentação da EC 29.

Obviamente, as redes sociais não dão origem às manifestações, mas potencializam a mobilização e o debate de ideias, fatores fundamentais para a articulação de qualquer movimento social. É claro que a ação tem que acontecer no mundo real (protestos, ocupações, passeatas, marchas), mas parte dessas atividades pode, sim, ser organizada e difundida pelas mídias sociais. Por essa perspectiva, o “retweet” (o boca a boca virtual usado no Twitter) ou um simples “curtir” no Facebook pode ter um caráter revolucionário. Talvez não transforme o mundo, mas pode aproximar as pessoas dispostas a construírem uma sociedade mais consciente de suas responsabilidades.

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