terça-feira, 12 de julho de 2011

Redes Sociais. A nova arma das empresas

As estratégias empresariais nas redes sociais são predominantemente empíricas: um pequeno grupo inicia a experiência, depois outro e outro. É um processo isolado, não havendo ainda nem coordenação nem partilha de resultados. E muitas vezes, apesar de inicialmente haver uma estratégia clara, acaba por perder-se o foco.

A "Harvard Business Review" analisou as práticas e as estratégias de cerca de 1100 empresas internacionais, entrevistando 70 empresários. O estudo revelou diferentes resultados, dependendo da audácia e do tipo de objectivos pretendidos. As conclusões finais foram divididas em quatro grandes grupos: previsibilidade; criatividade; globalização e inovação.

Previsibilidade Este tipo de abordagem está limitado a uma área específica, como o contacto directo com o cliente. E é perfeito para empresas que jogam pelo seguro. A equipa responsável pela divulgação da Clorox''s nas redes sociais fez um brainstorming entre vários clientes e a empresa, com o objectivo de criar um novo molho para saladas. Para isso utilizou um quiz (um teste) com a pergunta "Estamos a trabalhar no produto x. Quais são as características que pretende incluir?" O cliente subia de nível à medida que ia sendo inovador. O resultado foi que num único dia a empresa encontrou os componentes de um novo molho para saladas através da contribuição de cinco opiniões, poupando dinheiro e, sobretudo, tempo.

Criatividade Neste caso, o principal objectivo é ouvir os empregados, utilizando as redes sociais Twitter e Facebook. A EMC, empresa de armazenamento de informação online, dá especial atenção à forma como os seus 40 mil funcionários usam as redes sociais, a partir da criação de uma plataforma interna experimental - o EMC/ONE. Libertou-se da dependência das redes externas, ajudando os funcionários a aprofundar conhecimentos sobre os projectos a que estavam agregados.

Len Devanna, director da equipa de estratégia social, defende que, através da criação de uma rede interna à imagem do Twitter e do Facebook, é possível cometer erros e corrigi-los antes de os produtos serem comercializados. Com a plataforma EMC/ONE foram poupados 40 milhões em fornecedores externos.

Globalização O movimento Fiesta, da Ford, ilustra bem este tipo de estratégia, que depende de uma estreita colaboração a vários níveis e inclui participações externas à empresa. A Ford seleccionou 100 candidatos através de um concurso online, tento em conta os indivíduos com o maior número de seguidores nas redes sociais. Estes conduziram um Ford durante seis meses. A única exigência era a de publicarem regularmente posts (comentários) descrevendo as suas experiências, fomentando a discussão e a promoção da marca. No final, cada participante tinha mais de 60 mil mensagens publicadas, que renderam milhões de cliques e 4,3 milhões de visualizações no YouTube. Esta campanha de 5 mil dólares (3,5 mil euros) proporcionou o relançamento do modelo Fiesta no mercado americano, obtendo o mesmo resultado de uma campanha tradicional de dezenas de milhões de dólares.

Inovação Esta abordagem permite às empresas melhorarem a forma como negoceiam. É aqui que a plataforma Cisco está inserida. O mais interessante é que se trata de um misto de YouTube e Facebook para empresas que facilitam a colaboração interna e externa e a descentralização de decisões. Pode-se partilhar vídeos de uma forma segura dentro da empresa, privilegiando a formação e possibilitando a videoconferência através de streaming (fluxo contínuo de informação). Além disso, existe interacção entre a lista de contactos da empresa e o Facebook de cada empregado, permitindo a partilha de informação entre equipas dispersas.

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