quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Depois de ajudarem ao caos, redes sociais usadas para limpar Londres

Depois do Facebook, do Twitter e – especialmente – do sistema de mensagens gratuitas dos telemóveis BlackBerry ter encorajado as pessoas a sair à rua, destruir carros e pilhar lojas, as mesmas ferramentas estão a ser usadas por cidadãos num esforço de retorno à normalidade. O tom das muitas mensagens que circulam na Internet oscila entre o apelo à acção e a indignação pela violência dos distúrbios.


Para além de ajudarem a calendarizar as acções de limpeza, os autores do @Riotcleanup contactam a polícia para avisar os voluntários sobre quais as zonas onde é seguro andar na rua. Associada a esta conta do Twitter, o site Riotcleanup.co.uk oferece um mapa com as várias acções de limpeza – esta tarde, a página mostrava 13 acções em curso.

Noutro site, qualquer pessoa pode introduzir um local que precise de ser limpo e votar naqueles onde a acção é mais urgente.

“Estive acordado até às três da manhã [de terça-feira] a olhar para o Twitter, abismado com o que se estava a passar no meu país”, explica por e-mail o autor do site, Patrick Socha, um adolescente que mora em Londres.

“Quando acordei no dia seguinte, vi a hashtag [expressão no Twitter que junta mensagens sobre um mesmo assunto] #riotcleanup e vi que havia um enorme apoio a esta ideia, tanto de pessoas de Londres, como do resto do país”, diz Socha. O site surgiu porque muitas pessoas estavam a disponibilizar-se no Twitter para ajudar, mas essas mensagens acabavam por perder-se na torrente. Nas primeiras três horas, o site foi visitado por 7500 pessoas.

O jovem inglês diz estar a assistir-se na Web a uma grande onda contra os motins. "Sei que os participantes nos motins têm grupos no Facebook mas, pelo que vejo, muita gente está a denunciar essas páginas, tanto ao Facebook, como às autoridades”.

Já o site Catch a Looter (que pode ser traduzido por “apanha um assaltante”) publica fotografias de pessoas que estão a assaltar lojas ou participar em actos violentos. A ideia é ajudar a reconhecer os eventuais criminosos e a página apela aos visitantes que contactem a polícia caso identifiquem alguém.

Alguns jornais estão a ter iniciativas semelhantes – o Daily Mail, por exemplo, criou uma página online na qual também coloca fotografias de assaltantes.O jornal descreve a página como “a galeria de imagens dos fotógrafos que foram corajosos o suficiente para se colocarem no meio do caos e ajudar a trazer os criminosos à justiça”.

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