Para os analistas do
mercado de TI, os usuários não devem ser prejudicados pela aquisição do Skype,
pelo contrário. Com todas as integrações prometidas pela Microsoft - Xbox,
Kinect, Outlook, MSN, Lync e o tão aguardado Windows Phone 7 - os clientes do
software que permite fazer chamadas de vídeo e voz através da internet, o
chamado VoIP, podem ficar tranquilos.
Para Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, seria um
tiro no pé a Microsoft fazer qualquer mudança nos serviços oferecidos pelo
Skype desde 2003, muitos gratuitos. Mesmo diante da concorrência, a Microsoft
não deve restringir o uso do Skype aos dispositivos com Windows, por exemplo.
"Para a Microsoft, é muito bom ter um software seu sendo utilizando nas
plataformas concorrentes. Até porque se eles fecharem o Skype, outras soluções
iguais ou melhores vão surgir e eles perdem usuários. Quem pode não gostar de
ter um produto da Microsoft em seus dispostivos é a Apple", comenta ele.
Fernando Lima, analista do mercado de software do IDC, também
não vê a aquisição como um problema para o usuário. Em sua opinião, é muito
improvável que a Microsoft passe a cobrar pelo serviço gratuito, ou algo
semelhante. "Acho que eles não vão atacar por esse lado", afirma
Lima, que acredita que a Microsoft vá aproveitar o conhecimento e a experiência
do Skype para agregar serviços ao Lync, uma espécie de MSN corporativo da
empresa de Redmond, ao Windows Live Messenger (MSN) e ao futuro Windows Phone
7. "A Microsoft sabe, como todo mundo, que o foco agora é o smartphone e
que é preciso investir para conquistar o usuário".
Na opinião de Lima, o modelo de negócio do Skype é que ainda é
pouco compreendido, especialmente no Brasil, mas deverá ser entendido pelas
operadoras de telefonia móvel quando o Skype virar de fato uma alternativa às
ligações feitas dos smartphones, mesmo a longo prazo. Em muitos lugares, a
velocidade da conexão ainda dificulta o uso do Skype nos smartphones, que
realiza as chamadas de celular através da internet (Wi-Fi) e de conexões 4G, 3G
e até EDGE, como o Skype no computador.
Vale lembrar que de Skype para Skype, as chamadas são gratuitas,
mas para ligar de um Skype para um número de celular ou para um telefone fixo é
preciso pagar, assim como é preciso pagar para ter um número de Skype que
receba ligações de telefones fixos e móveis. As tarifas, entretanto, estão bem
abaixo das que são praticadas na maioria dos mercados. Para o analista do IDC,
as operadoras brasileiras vão dar um jeito de continuar lucrando, nem que seja
através dos planos de dados, como já acontece na Europa.
Já o Skype, dentro da Microsoft, deve dar lucro na medida em que
a empresa de Bill Gates investir em publicidade online, um conhecimento que o
Skype não domina e no qual a Microsoft estaria interessada. "Para o Skype,
que não gerava muito receita, a única a alternativa era se juntar com quem
possa ganhar com o seu software", afirma Tude. Em termos de publicidade
online, o Google e o Facebook estão bem à frente, e é justamente por isso que a
Microsoft precisava de mais um produto para entrar de vez nesse mercado. No
caso, o Skype. A experiência com MSN, outra grande aquisição da Microsoft, mas
nos idos de 1997, já lhe ensinou muito, mas é preciso fazer mais para concorrer
com Facebook e Google e com seus anúncios cada vez mais elaborados.
Concorrência interna e externa
Nesses menos de cinco dias após o anúncio da compra, muito se leu e se ouviu falar sobre a aquisição bilionária da Microsoft de uma empresa que não estava com essa "bola toda". Embora tenha um número de usuários bastante relevante, o Skype há tempos não era uma companhia muito lucrativa. Uma das hipóteses levantadas pela imprensa, e confirmada por analistas, é de que a Microsoft decidiu comprar o Skype para impedir que ele caísse nas mãos da concorrência. O presidente da Teleco, Eduardo Tude, está de acordo com essa opção, uma vez que não ele vê "sinergia entre o negócio da Microsoft e o do Skype". Em sua opinião, o Skype ganha ao ser vendido por tão alta quantia, é claro, mas a Microsoft nada leva em troca. De fato, a própria Microsoft tem softwares como o MSN, o Lync e o Outlook, além de produtos como Xbox Live e seu Kinect, que nas mãos de bons desenvolvedores poderiam chegar a ser um Skype somente utilizando soluções e o conhecimento da própria Microsoft.
Nesses menos de cinco dias após o anúncio da compra, muito se leu e se ouviu falar sobre a aquisição bilionária da Microsoft de uma empresa que não estava com essa "bola toda". Embora tenha um número de usuários bastante relevante, o Skype há tempos não era uma companhia muito lucrativa. Uma das hipóteses levantadas pela imprensa, e confirmada por analistas, é de que a Microsoft decidiu comprar o Skype para impedir que ele caísse nas mãos da concorrência. O presidente da Teleco, Eduardo Tude, está de acordo com essa opção, uma vez que não ele vê "sinergia entre o negócio da Microsoft e o do Skype". Em sua opinião, o Skype ganha ao ser vendido por tão alta quantia, é claro, mas a Microsoft nada leva em troca. De fato, a própria Microsoft tem softwares como o MSN, o Lync e o Outlook, além de produtos como Xbox Live e seu Kinect, que nas mãos de bons desenvolvedores poderiam chegar a ser um Skype somente utilizando soluções e o conhecimento da própria Microsoft.
Tude diz que o Skype estaria em melhores mãos se tivesse ido
parar no Facebook ou no Google, pelo conhecimento de redes sociais que essas
duas grandes companhias possuem. Ballmer, na entrevista coletiva sobre a
aquisição do Skype, disse que a compra motiva a Microsoft a dar um passo na
direção do social ao integrar produtos e serviços em uma única plataforma, mas
em momento algum explicou como isso se daria. "O eBay também prometeu uma
integração quando comprou o Skype e nada foi feito até então", lembrou
Tude. Em 2005, o eBay comprou o Skype de seus fundadores, o sueco Niklas
Zennström, e o dinamarquês Janus Frii - ambos criadores do site de compartilhamento
de arquivos conhecido como Kazaa -, mas em 2009 vendeu parte do Skype para o
fundo de investimento Silver Lake. "É mais fácil o Facebook criar um
Skype, do que a Microsoft criar um Facebook", conclui Tude.
"O que interessa mesmo para a Microsoft é a base de
usuários", diz Tude, que reforçou também que com o Skype, a Microsoft pode
conquistar mais espaço na internet, onde está representada pelo Windows Live
Messenger e pelo buscador Bing, mas que ainda é muito pouco perto de seus
concorrentes. Hoje, o Skype tem 170 milhões de usuários em todo o mundo, os
quais passaram 207 bilhões de minutos conversando por voz e vídeo em 2010.
Na opinião de Fernando Lima, de fato, para a Microsoft, o Skype
era mais importante do que para os seus concorrentes. "A estratégia do
Facebook ainda não está clara, e o Google tem suas próprias ferramentas. Para a
Microsoft é bom, pois o Skype é uma marca muito forte no mercado", afirmou
ele. O analista da IDC lembrou ainda da Cisco, ex-empresa de Tony Bates antes
de ir para o Skype, no final do ano passado, e que estaria interessada em ter
mais espaço no mercado de telecomunicações. A Cisco é maior competidora da
Microsoft em soluções de comunicações unificadas, produtos que possuem troca de
mensagens, VoIP e outros serviços voltados às empresas. Entretanto, a Cisco não
está no seu melhor momento financeiro. Nesta sexta-feira, a Cisco Systems
anunciou que deve demitir milhares de funcionários para realizar a meta de
corte de custos de USS 1 bilhão anunciada pelo presidente-executivo John
Chambers.
Fernando reforçou ainda
que por mais que Apple, Google e Facebook sejam concorrentes, a Microsoft tem
um espaço no mundo corporativo que os outros não têm. "Ainda assim, é
difícil afirmar que esses grandes playersdominarão as
plataformas utilizadas por usuários porque esse é um mercado que está sempre
mudando, e amanhã pode surgiu outro concorrente de peso". Afinal, as
start-ups - empresas jovens e inovadoras percisando de investimento -, como um
dia já foi o Facebook e o Twitter, estão por aí.
Nenhum comentário:
Postar um comentário